20 dezembro 2005

É triste quando não resta nada

Enquanto ia sabendo do que lhe tinha acontecido, apercebi-me que depois da tempestade nem sempre vem a bonança. Porque bonança quer dizer que está tudo bem, que tudo passou e que a vida continua do ponto onde foi interrompida. Em muitos aspectos é verdade, mas na maioria deles não é. Porque nós estamos diferentes, porque as "nossas pessoas" estão diferentes, porque essas pessoas nem sequer são as mesmas de antes. São outras, novas e refrescantes. Mas isso não quer dizer que esqueçamos quem passou na nossa vida. O que é triste é não restar nada depois da tempestade ter passado. Quando digo nada, é nada mesmo "nem os cacos". No entanto, é estranho que quando me apercebo que não resta nada, sinta uma enorme tristeza. Não por querer que haja alguma coisa, mas precisamente por constatar que não há nada mesmo! As pessoas são exímias em destruir relações. Mas há umas que são tão espectaculares nisso que nos fazem pensar que nunca as conhecemos realmente. Que a pessoa que pensávamos conhecer, na realidade morreu. E este novo ser que se nos apresenta tem apenas a mesma fisionomia de alguém de quem gostámos muito, a quem amámos com toda a alma. Do resto não resta nada. Quando tomamos consciência disto, é mais fácil seguir em frente. Mas fica sempre aquela sensação de tempo perdido para nada.

1 comentário:

Anónimo disse...

Deve realmente ser estranho não ter ficado nada...mas neste momento podes não saber exactamente aquilo que queres, mas sabes com certeza aquilo que não queres:outro NADA na tua vida!

Beijos, e CARPE DIEM, sem NADA de preferência!!!

Pi (como diria o Sebastião)